Depois de experimentarmos as águas do Rio Jordão, voltamos
parta o hotel em Nazaré. Seria nossa última noite na cidade. O hotel
maravilhoso. Uma noite de sonho e de sonhos maravilhosos. Ao acordar, sempre
temos um café matinal farto. Acho que nunca me hospedei em um país onde os hotéis oferecessem um café
matinal tão farto , o que foi característica nos 03 hotéis que ficamos em
Israel.
Assim, após o café, nos despedimos de Nazaré rumo a
Jerusalém. No caminho, nos aguardavam: Jericó, Rio Jordão (local exato do
batismo), Mar Morto e o deserto da Judéia, antes de chegarmos a Jerusalém.
Depois de pregar por cerca de 03 anos na Galiléia, Jesus
rumou para Jerusalém. Como todos sabem, o caminho que ele e os doze discípulos
percorreram foi através do deserto, seguindo pelo vale do rio Jordão, passando
por Jericó. Gente, seguir os passos de Jesus pelo deserto, como todo roteiro
seguido até aqui, é uma experiência única... Saibam que o deserto tem a sua
beleza, seu encantamento e é cheio de
significados culturais e espirituais.
A bíblia descreve o deserto de duas maneiras bem diferentes.
Em algumas passagens, é visto como um lugar terrível: “ grande e terrível
deserto de serpentes abrasadoras, de escorpiões e de secura” ( Dt 8:15). Mas em
outras passagens, o deserto é descrito de uma maneira bem diferente. É o local
onde o ser humano se despoja das tentações materiais pra se concentrar no essencial. É um lugar de isolamento, e
arrependimento e de encontro com Deus. Tal como nos escreve Isaías: “ prepare
no deserto o caminho do Senhor, endireite na desolação uma estrada para o nosso
Deus“ ( Is 40:3).
Não à toa, as três religiões monoteístas nasceram no
deserto. Foi no deserto que Moisés entregou os dez mandamentos aos judeus;
Jesus foi batizado por João Batista; e Maomé recebeu o Corão.
Na Terra Santa, há dois grandes desertos. No sul, está o deserto
de Negev ( onde , por exemplo, viveu o patriarca Abraão)Lá, ainda se pode fazer
agricultura baseada em chuvas.
O Outro é o deserto da Judéia, que faz divisa com a cadeia montanhosa de Jerusalém. Segundo nosso guia, a paisagem do local não mudou muito em comparação à época de Jesus. Na Judéia, chove cerca de 10 dias por ano.
O Outro é o deserto da Judéia, que faz divisa com a cadeia montanhosa de Jerusalém. Segundo nosso guia, a paisagem do local não mudou muito em comparação à época de Jesus. Na Judéia, chove cerca de 10 dias por ano.
Ao seguirmos viagem, percorremos uma longa estrada pelo seu
lado esquerdo toda cercada, já que Israel
compreende dentro do seu território a Cisjordânia. É uma barreira de segurança... Sem entrar nesse mérito,
seguimos viagem e pelo lado direito, já começávamos a ver o deserto oposto ao Rio Jordão e se aproximava Jericó,
uma das cidades mais antigas do mundo.E aí ficava a pergunta : como era possível haver um assentamento tão
antigo , justamente em pleno deserto??? É que Jericó, na realidade, é um grande
oásis, uma cidade construída em cima de lençóis freáticos. Jericó foi
testemunha de muitas passagens bíblicas. Contava nosso guia local que a cidade servia de ponto e abastecimento no
caminho entre a Galiléia e Jerusalém. Foi em Jericó que Ele curou a cegueira de
um mendigo e sofreu o processo de tentação ,logo após seu batismo. Tem também a
famosa árvore de Zaqueu, em que o mesmo se serviu, subindo na árvore para pode ver
Jesus.A árvore está lá, até hoje.
Porém, antes de adentramos em Jericó para almoço e conhecimento do monte da tentação, nos dirigimos, em pleno deserto, ao ponto original do batismo de Jesus. Mas o local, como dito, é de segurança precária e as águas não possibilitam o banho ( muito barrenta). Ao chegarmos ao local, temos que ter autorização dos soldados para entrar e todo o local tem soldados israelenses... Mas nem assim você se sente seguro. Do outro lado da margem do Rio, está a Jordânia que faz divisa com Israel. Dá pra ver pelas fotos que postei no final.
Depois de visitarmos o local e da visitação a Jericó, nos
dirigimos a uma parte interessante do deserto, onde habitaram os essênios
de Qumran. Não vou me alongar aqui sobre a vida dos essênios. Contudo, é difícil
não imaginar que Jesus não tenha estado entre eles, certo tempo, principalmente
dos seus 12 aos 30 anos, em que a Bíblia nada relata sobre sua vida, ou melhor,
que os evangelhos que compõem a bíblia
na atualidade, nada relatam. Lá conhecemos um pouco da vida e da cultura dos
essênios. Durante quase dois mil anos, a biblioteca dos essênios permaneceu
escondida. Até que, em 1947, a ovelha de um pastor beduíno entrou em uma destas
cavernas e, a fim de resgatá-la do local meio inacessível, atirou pedras em seu
interior, para que a ovelha se assustasse e saísse. Qual foi a surpresa? O pastor ouviu um barulho de
cerâmica se quebrando... E assim foram encontrados os manuscritos do mar morto,
que são as bíblias mais antigas do mundo!!!Elas estão no museu Israel, de Jerusalém.
Gente, essa descoberta foi tão importante que foi considerada a maior
descoberta arqueológica do século XX. Ali perto há um parque arqueológico onde
se conhece bem de perto toda cultura dos essênios. De lá também, tem-se uma
vista bem bonita do Mar Morto.
Saindo do parque, seguimos viagem para o Mar Morto. Realmente
não tem como mergulhar ou afundar nessas águas. O Mar morto é o ponto mais
baixo de todo o globo terrestre!!! Apesar do nome, o mar morto não é um mar,
nem está morto... Trata-se de um enorme lago de grande extensão. Não há
peixes nele, mas pesquisadores encontraram
nele algas. Ele se formou por uma seqüência de eventos geológicos durante a
história remota do nosso planeta. Contam os estudiosos que primeiro houve um
grande terremoto que trincou toda região, formando de sul a norte o Mar Vermelho, o Mar Morto, o
Vale do Rio Jordão e o Lago da Galiléia. Depois, o mar invadiu toda essa área.
Mas tarde, quando retrocedeu, a água salgada ficou retida nesse
local,justamente por ser o ponto mais baixo da Terra. Assim, formou-se o mar
morto . A cada ano
que passa o Mar Morto vai retrocedendo... Nosso guia nos contou que há um
esforço do Governo de Israel juntamente com outros Governos próximos para “
resgatar/preservar” o Mar Morto, levando até o mesmo, águas do Mar Mediterrâneo.
Depois de curtirmos o Mar Morto, foi a vez de seguirmos para
Jerusalém.
Observar as placas na estrada, indicativas de que Jerusalém
se aproximava, suscita grandes emoções. Jerusalém foi a cidade eleita por
Jesus... Terra que ela tanta amava... Terra por quem ele chorou. Tanto é
verdade, que Jesus vai a Jerusalém para
viver o ápice de sua missão.Ele poderia ter vivenciado na Galiléia, em Belém
-sua cidade natal- ou em qualquer outro lugar!Mas Jerusalém está no centro do
mundo. Quando finalmente entrei em Jerusalém, me lembrei de diversas passagens
bíblicas envolvendo Jesus e Maria ... Minha querida mãe Maria!
Jerusalém é nossa próxima parada.
Até.
Observe que é possível praticar agricultura em pleno deserto devido ao lençol freático existente na região.( área verde) |
Cerca feita por Israel! O clima é tenso na região. |
Chegando próximo do Rio Jordão, no deserto. |
Descendo ao local onde Jesus foi batizado. Do outro lado da margem, fica a Jordânia. |
Aqui , Jesus foi batizado!!! |
Adicionar legenda |
Os soldados israelenses são gente boníssimas. Minha mãe pegou um e minha tia o outro!!! |
Parque arqueológico Qumran |
Ruínas de onde habitavam os Essênios. |
Eles se banhavam nessas piscinas e acreditavam assim se purificar. |
Quem diz que o deserto não tem sua beleza? |
Provável conversa das duas em jericó: Minha tia ( verde): Dilsa, cadê o dinheiro pra gente almoçar? Mãe: tô procurando, Benilda! |
Benilda: tô achando que vamos ficar sem almoço! |
Benilda: ficamos sem almoçar!!!Pode? |
Monte onde Jesus foi tentado, logo após o batismo no Rio Jordão. |
Olha a agricultura em pleno deserto.Ao fundo, o Monte da tentação. |
Mar morto!A água é uma delícia de quente! |