Faz tempo que não assisto mais novelas. Novela boa era "da minha época": Vereda Tropical, Roda de Fogo, Mandala, Que Rei sou Eu e por aí vai...
Hoje, a gente sabe como será a novela e como ela termina , muitas vezes antes mesmo de começar, só pela "chamada", nos intervalos comerciais.
Pois bem, um querido amigo me chamou no zap para falar de um assunto que lhe envolvia: a disforia de gênero (ele nasceu homem em um corpo feminino. Expliquemos: nada de errado com o corpo, apenas em algum momento, que ainda não se sabe exatamente porque, nem onde, a "estrutura psíquica" do indivíduo vai "por um caminho" enquanto a estrutura física, por outro. Eles se dissociam)
Falávamos sobre a personagem Ivana, que interpreta um caso de transexualidade. Não acompanho a novela, mas resolvi ver alguns capítulos e logo larguei pra lá, primeiro porque as novelas de hoje em dia são tudo uma coisa só; segundo, porque em que pese a intenção da autora em abordar um tema tão sensível, parece não ter buscado a fundo a compreensão real dos fatos que cercam a questão em tela.
Ivana jamais teria se apaixonado por um homem, nem estaria confusa de coisa alguma. "Ela" poderia estar "confusa" quanto à aceitação alheia ou até mesmo auto aceitação ( aí entram educação, religião, etc). Mas ninguém te diz como você se sente homem, quiçá mulher. Tão pouco se aprende a ser homem ou mulher. Você é. Simples assim. Essas cenas em que "ela" ainda "pensa" no rapaz é obra de ficção, das piores.
Para quem não vive a problemática, não conhece alguém que a viva ( quer seja amigo, na família) fica parecendo realmente uma moça que quer virar um homem... aliás, acho que nem mesmo a atriz conseguiu compreender o papel que a incumbiram, pois deu entrevista alegando que queria que os dois ( ela e o namorado "temporário") ficassem juntos no final da novela... Oi???
Tudo bem, uma coisa é o gênero em si, outra é como você vai querer se relacionar com alguém. Como assim? uma coisa é como você se sente: homem ou mulher. Vamos parar com essa palhaçada de que eu transito entre dois gêneros". Se você transita, então precisa saber como é que é, e como isso se dá. Isso não tem nada a ver com transexualidade. Assim, sim, seria perfeitamente possível Ivana se sentir homem, e sim, se apaixonar por um rapaz. Ignorantes de plantão poderiam dizer que : " ué, não seria mais fácil então ela ficar como está?". Repito: uma coisa é como você se sente: homem ou mulher; outra é como vai se relacionar e sentir o outro. Nesse caso, Ivana se sente homem e poderia querer se relacionar com outro homem, mas na postura e condição de homem, não como mulher. É como se "ela" tivesse nascido homem também fisicamente e fosse se sentir atraída por outro homens, ou seja: seria gay. " Ela" não quer se penetrada como mulher, não quer usar brincos ou vestidos. " Ela" quer ser visto e se amado como homem. Sim, isso é possível nessa situação, apesar de raro. Esse é problema. Exceção não é regra! E aí, tratar de um assunto que já é por si só complexo de se entender e ainda tratá-lo na sua exceção é causar uma enorme confusão na cabeça das pessoas e ao invés de informar, acaba desinformando.
Os comentários como sempre são pejorativos o que enfatiza meu discurso: o da confusão gratuita. Como dito, em que pese a tentativa da autora em tentar falar de um tema tão sensível e necessário ser esclarecido, trás em seu conteúdo mais desinformação que esclarecimento e, por isso, mais atrapalha do que ajuda.
Depois que assisti alguns capítulos pra tentar ver por onde a personagem iria, eu desisti. Desliguei a novela,porque a Globo, desliguei faz tempo.
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