Mentalidade cínica!


Olá!
Bem vindo à era da mentalidade cínica. Este é o planeta Terra. E este é um país   chamado Brasil.

Pois bem... Aproxima-se o fim do ano e é hora de fazer ou refazer  a clichê  listagem  de coisas a serem realizadas, conquistadas, idealizadas para o ano vindouro, além de deixar para trás mentalidades, paradigmas e costumes que, avaliados, percebia o quanto me faziam mal.

Assim, revendo a minha lista passada, havia jurado pra mim mesmo que não daria mais importância às manchetes sobre corrupção, política, violência de toda espécie, assim como tantas mazelas que assolam nossa sociedade. Pensaria e trataria somente do  belo. Desta forma,  acreditava estar  contribuindo para amenizar uma possível úlcera, quiçá, coisa pior, pelo simples fato de que, ao me deparar com tais notícias, sempre fui  tomado por uma  forte ânsia de vômito e um instinto de revolta angustiante.

Como a falta de tempo que me toma a alma, passei a dedicar os meus preciosos segundos de folga aos meus projetos sociais e tentei  “desconectar” do mundo. Ledo engano... É impossível ser indiferente a tanta desgraça da qual nossa sociedade está acometida, da qual me incluo, da qual cabe a mim e a todos nós uma pequena ou grande parcela de responsabilidade.

É perversa a forma como nossa classe política trata nossa nação. Mais  perversa ainda é a forma passiva e anônima da qual nós, prostrados e inertes estamos, vendo absurdos e desmandos a todo o momento sem praticamente nada fazer. Tudo indica que já aceitamos toda safadeza política e humana, toda forma de violência, toda falta de respeito e toda dor alheia, como se nada mais pudesse ser feito, modificado. De fato, fazemos jus àquela canção “ Eh, ô ô vida de gado. Povo marcado ê, povo feliz”

A todo instante somos ventilados com notícias podres vindo do poder político. É escândalo que  não tem fim. Isso porque, creio que apenas 0,1% de toda podridão tem vindo à tona. O congresso nacional que deveria representar a vontade do povo legisla somente em interesse próprio. Figuras denunciadas e pegas em fraudes, roubos e tráficos de influências, em detrimento de todo um povo, são, por exemplo, blindadas pelo Governo para não se explicarem, quando na verdade toda sociedade quer explicação e o Governo tem a obrigação, no mínimo moral, de assim determinar.

Ainda hoje, lendo uma matéria da competente Dora Kramer, no Estadão, cujo título é “Apropriação Indevida”, ela bem esclarece que:
(...)“ A falta de limite entre o público e o privado ficou patente já nos primeiros acordes do governo do PT quando a estrela vermelha virou adorno dos jardins de Palácio da Alvorada, a fox terrier Michelle era transportada em carro oficial e 14 amigos dos filhos do então presidente Lula passavam duas semanas de férias em Brasília com direito a carona em avião da FAB, hospedagem no Alvorada, churrasco na Granja do Torto, tudo pago pela União.
De lá para cá ocorreram episódios bem mais graves de apropriação indevida da coisa pública, seja no campo da política partidária ou no terreno da ilegalidade comprovada.
Nada para o PT tem importância, todas as críticas a essa falta de cerimônia são vistas como manifestação de mesquinharia ou como evidências de conspiração.
Resultado: banalizaram-se os valores, derrubaram-se as divisas entre o certo e o errado, interditou-se o exercício do contraditório.
Ao PT, a Lula e companhia tudo passou a ser permitido porque ganham eleições e são vítimas de "preconceito". Intocáveis, não se sentem obrigados a respeitar coisa alguma nem a pensar antes de falar.”(...)
O poder atrai e trai. O poder e a política que deveriam cumprir com o seu papel de civilizar o capitalismo e administrar distorções próprias de toda sociedade, se revestem da falta de caráter e de todo cinismo peculiar à nossa classe política.
O povo está sem voz, calado, perdido, abatido e vendido...
As estatísticas  mostram que, hoje, Lula ou Dilma seriam reeleitos... É por isso que não se importam com a pouca capacidade que ainda temos em pensar, fazer barulho,pois somos uma grande maioria de incapazes, inclusive, incapazes de pensar.
Na verdade, não temos hoje um candidato político que ame essa nação, que se preocupe com as crianças famintas, sem escola, sem lar, sem futuro; com milhares de trabalhadores que lutam arduamente para prover seus lares e cujo salário é reflexo da mais pura falta de dignidade e respeito. Com milhares de gente de bem morrendo nas filas desumanas  dos hospitais. Todos estão no poder, pelo poder, e não por poder fazer em prol daqueles que os elegeram.
Mas a falta de caráter é coletiva. Não é atributo apenas da classe política. Vivemos  em um tempo que ainda reina e esperteza barata, onde o outro não se importa contigo  e com o todo. Deseja apenas pra si e o outro que se dane. Que sociedade é essa? Que seres humanos somos nós?  
E as “fofocas espirituais” nos contam que, vistos lá de fora, outras civilizações se perguntam perplexas e confusas, como é que pode em um mundo com tanta guerra, bombas, ódio, violências, tragédias e desgraças sem fim, encontrar boa parte do mundo a sorrir e a dizer que é feliz...
Vivemos ou não a era da mentalidade cínica?
Eu voltei a sentir ânsias de vômitos... E minh’alma se contorce indignada e angustiada. Pensei  que fosse possível fechar os olhos e ouvir somente meu próprio som. Mas a escuridão por trás de meus olhos me cegou mais. Precisei voltar a ver. E o meu próprio som calou-se. E por causa do silêncio, eu precisei ouvir mais.





























Feliz 2024!!!

  O exemplo do vídeo acima, é isso que te desejo pra 2024. Que a gente não esconda a saudade! Que a verdade prevaleça! Que os bons sen...